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A primeira transmissão televisiva aconteceu no dia 26 de Fevereiro de 1926. Por isto, esta data é considerada o marco da invenção. Graças ao escocês John Logie Baird, que apresentou um modelo mecânico de televisão para uma audiência de cientistas na Academia de Ciências Britânicas, em Londres, Inglaterra.No Brasil, o invento só chegaria 24 anos depois, mais precisamente em 18 de Setembro de 1950, quando foi inaugurada a primeira emissora brasileira, a TV Tupi, canal 4.
Copa de 1970 no México. 1a copa transmitida a cores para o Brasil |
Em
1970, quando se fez a primeira transmissão
de TV em cores no Brasil (Copa do Mundo do México, com
o Brasil Tricampeão), pela EMBRATEL, em caráter experimental
e fechado, para um público seleto, iniciando uma nova divisão
social entre os que podiam trocar seu velho aparelho pelo colorido e
os que tiveram que manter a relíquia em preto-e-branco. Já
ia então à larga o “milagre brasileiro’’,
e os jogos da Copa do Mundo no México, primeiro programa a ser
exibido em cores no Brasil, foram também o primeiro congraçamento
patriótico da raça feito pela TV.
Em 19
de Fevereiro de 1972, foi realizada a primeira transmissão
pública de TV em cores, com programação produzida
no Brasil, a Festa da Uva, em Caxias do Sul - RS.
Prefeitos demagógicos
mandaram instalar televisores nas praças públicas - e
alguns deles chegaram mesmo a comprar TVs coloridas, o que levou às
ruas todos aqueles que não possuíam uma, curiosos com
a surpreendente imagem em cores. Mesmo com o novo aparelho, de vez em
quando as transmissões “caíam’’, e os lugares
avam sem TV, ou sem alguns dos canais, por longos dias.
No início
da década de 80, antenas começaram a se espalhar
no teto das favelas. Os jornais e revistas reproduziam a imagem em fotos
repetitivamente artísticas, diante das quais havia sempre alguém
que entoava, moralista: “Veja só.
Eles não têm o que comer, mas têm televisão’’.
A TV já não era regalia social no Brasil. E os mais pobres avam a ser espectadores daquelas imagens que durante as últimas décadas visaram satisfazer sobretudo a classe média brasileira - a mesma que fora o sustentáculo moral do governo militar em seus 20 anos.
Com o Plano Real, em 1994, ocorreu a explosão das vendas de aparelhos de TV, agora com o controle remoto, ampliando largamente o consumo televisivo das classes D e E e pondo em crise um certo modelo de representação e exibição. Só em 1996, foram vendidos 8 milhões de televisores no Brasil.
A TV já não era regalia social no Brasil. E os mais pobres avam a ser espectadores daquelas imagens que durante as últimas décadas visaram satisfazer sobretudo a classe média brasileira - a mesma que fora o sustentáculo moral do governo militar em seus 20 anos.
Com o Plano Real, em 1994, ocorreu a explosão das vendas de aparelhos de TV, agora com o controle remoto, ampliando largamente o consumo televisivo das classes D e E e pondo em crise um certo modelo de representação e exibição. Só em 1996, foram vendidos 8 milhões de televisores no Brasil.
A popularização
dos programas foi inevitável, a fim de agradar a nova maioria
estatística. As classes economicamente superiores, por seu lado,
migraram para as TVs pagas, colocando-se
num outro patamar de distinção social. E as emissoras
abertas ficaram entregues ao “povo’’.
Hoje, os programas
populares dão muitas vezes a medida do Ibope - e, nesses casos,
saem à frente na audiência as emissoras que conseguem ter
maior empatia com a emoção ordinária. A guerra
de audiência entre Gugu e Faustão, por exemplo, espelha
esses conflitos - não apenas diante dos espectadores, mas nos
bastidores das emissoras- entre a maior e a menor empatia popular. Aqui,
o vitorioso poderá ser Gugu, e a derrotada, a Globo.