Éder Rodrigo, vereador de Jatobá
O cenário atual é consequência direta de uma sequência de decisões istrativas equivocadas e de uma condução política autoritária. Entre os principais fatores estão: o desmonte do plano de cargos e carreiras dos professores, a ausência de projetos pedagógicos estruturantes, o ambiente de perseguição instaurado na Secretaria de Educação e a completa falta de uma política pública voltada para metas, avaliação e valorização do corpo docente. A queda no IDEB, de 5,6 em 2019 para 4,9 em 2021, muito abaixo da meta de 5,5, escancara esse declínio. O índice mais recente, de 2023, aponta um leve avanço para 5,2, mas ainda distante do padrão de excelência que Jatobá já alcançou.
Esse retrocesso, no entanto, vai além dos números. A Escola Ita Costa, que durante a gestão anterior figurou entre as 50 melhores do Estado – resultado de um trabalho ousado, focado em diagnóstico preciso, metas claras e valorização dos profissionais – sofreu com a descontinuidade das ações que a tornaram referência, a ponto de ser fechada. O espaço onde funcionava será transformado em uma creche. Já a Escola Ayrton Senna, sob a atual gestão, amargou um dos piores desempenhos do Estado, figurando entre as 50 piores instituições e sendo submetida a tutoria de outra escola, um retrato simbólico do desmonte educacional promovido por uma gestão avessa ao diálogo e desconectada da realidade das salas de aula.
Reverter esse cenário exige medidas urgentes e estruturantes. É necessário reconstruir o Plano de Cargos, Carreira e Remuneração dos Professores, valorizando a formação contínua, o tempo de serviço e o desenvolvimento profissional como pilares da política educacional. É preciso também implementar um projeto político-pedagógico integrado e participativo, que garanta a continuidade de boas práticas, promova a inovação didática e assegure uma gestão democrática, com escuta ativa de professores e gestores. Avaliações diagnósticas permanentes devem ser instituídas para identificar defasagens, planejar intervenções pedagógicas e acompanhar os avanços com base em metas realistas. Além disso, é fundamental investir na infraestrutura das escolas e no o a tecnologias educacionais, garantindo ambientes adequados e motivadores de aprendizagem. Gestores escolares precisam ser valorizados e capacitados com foco em liderança pedagógica e resultados. Por fim, é urgente combater práticas de perseguição política e promover a estabilidade institucional, criando um ambiente de confiança, cooperação e compromisso com o direito à educação de qualidade.
A educação de Jatobá precisa voltar a ser referência. É preciso resgatar o orgulho de uma rede que já foi reconhecida e premiada por seu desempenho. Para isso, é necessário romper com o modelo autoritário, improvisado e antipedagógico que hoje domina a gestão.
Mudar esse quadro é possível, e mais do que isso, é necessário. Basta ter vontade política, ouvir os profissionais da educação, planejar com responsabilidade e colocar o aluno no centro das prioridades. Porque não existe futuro promissor sem compromisso com a escola pública e com quem a sustenta todos os dias.
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